O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu esta terça-feira que o plano de paz para a Ucrânia apresentado pela China pode servir de base para uma resolução do conflito quando o Ocidente estiver preparado para isso.
“Muitas das disposições do plano de paz apresentado pela China são consonantes com as abordagens russas”, disse Putin, citado pela agência russa TASS.
Putin disse que tais disposições “podem ser tomadas como base para um acordo pacífico quando estiverem prontas para ele no Ocidente e em Kiev”. Mas, “por enquanto, não demos tal disposição” do outro lado, disse Putin ao lado do líder chinês, Xi Jinping, após assinar vários acordos no Kremlin, em Moscovo.
“A Rússia e a China podem encontrar uma solução até para os problemas mais complicados”, acrescentou, citado pela agência espanhola EFE. “O plano chinês pode servir de base para resolver o problema da guerra na Ucrânia, mas o Ocidente parece ter uma ideia diferente. Não há vontade do Ocidente nesse sentido”.
Vladimir Putin disse que os planos de Londres para fornecer à Ucrânia munições com urânio empobrecido apenas vai reforçar a resposta russa, numa reação quase imediata às declarações de uma responsável britânica.
“Soubemos hoje que o Reino Unido (…) anunciou não apenas a entrega de tanques à Ucrânia, mas igualmente obuses que contêm urânio empobrecido (…). Se isso acontecer, a Rússia será forçada a responder”, declarou Putin.
O Governo britânico anunciou hoje que vai entregar à Ucrânia munições fabricadas com urânio empobrecido, uma decisão justificada pela necessidade de reforçar o apoio militar a Kiev.
O Presidente Xi diz que os dois países defendem “uma posição neutra” e querem contribuir para o fim do conflito. “A nossa posição baseia-se nos princípios do direito internacional (…) e estamos na parte certa da história”, afirmou.
Relações entre Rússia e China mais fortes que nunca
O Presidente Putin garantiu ao seu homólogo chinês que a Rússia está em condições de satisfazer as crescentes necessidades energéticas da China.
Putin disse que o objetivo é fornecer à China pelo menos 98 mil milhões de metros cúbicos de gás e 100 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) até 2030.
A Rússia é alvo de sanções por parte dos aliados ocidentais por ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, que têm penalizado a economia do país, incluindo as exportações de gás e petróleo.
Desde a invasão, cerca de 120 empresas ocidentais de uma vasta gama de setores cessaram temporariamente as atividades na Rússia ou saíram definitivamente do país, afetando a economia russa, que procura alternativas.
Putin ofereceu apoio às empresas chinesas que desejam preencher os nichos deixados pelas empresas ocidentais.
“Estamos prontos a apoiar as empresas chinesas para substituir a produção das empresas ocidentais que deixaram a Rússia”, disse Putin, citado pela agência espanhola EFE.
Xi disse que quer “reforçar a cooperação e a coordenação” entre a China e a Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com poder de veto.
“Estou pronto a elaborar convosco um plano para reforçar as relações bilaterais”, disse também o líder chinês, de acordo com a tradução oficial russa das suas observações.
Após as conversações, Putin e Xi assinaram duas declarações conjuntas, uma das quais sobre o aprofundamento da parceria global e da cooperação estratégica entre os dois países, noticiou a agência oficial russa TASS. A outra visa desenvolver áreas-chave da cooperação económica entre a Rússia e a China até 2030.
No total, como resultado da visita de Xi, está prevista a assinatura de mais de dez documentos sobre o desenvolvimento da cooperação entre Moscovo e Pequim em vários domínios, segundo a TASS.
Fonte: MSN
Descoberta de asteroide sugere que ingredientes para a vida na Terra vieram do espaço
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Por Will Dunham
(Reuters) – Dois compostos orgânicos essenciais para organismos vivos foram encontrados em amostras recuperadas do asteróide Ryugu, reforçando a hipótese de que alguns ingredientes cruciais para o advento da vida chegaram à Terra a bordo de rochas vindas do espaço bilhões de anos atrás.
Cientistas disseram nesta terça-feira que detectaram uracil e niacina em rochas obtidas pela espaçonave Hayabusa2, da Agência Espacial Japonesa, de dois locais em Ryugu em 2019. Uracil é um dos blocos químicos de construção do RNA, uma molécula que carrega instruções para construir e operar organismos vivos. A niacina, também chamada de vitamina B3, ou ácido nicotínico, é vital para o seu metabolismo.
As amostras do Ryugu, que pareciam pedregulhos cinza-escuros, foram transportadas por 250 milhões de quilômetros de volta à Terra, e retornaram à superfície do nosso planeta em uma cápsula selada que pousou em 2020 no remoto outback da Austrália para análise no Japão.
Os cientistas há muito ponderam sobre as condições necessárias para o surgimento da vida depois que a Terra se formou, há cerca de 4,5 bilhões de anos. As novas descobertas se encaixam bem com a hipótese de que corpos como cometas, asteróides e meteoritos que bombardearam a Terra primitiva semearam o jovem planeta com compostos que ajudaram a abrir caminho para os primeiros micróbios.