Segundo a FENACOR, o DPVAT, extinto em 2020, pode voltar a ser cobrado em 2024

Com a volta da cobrança do DPVAT, seguro obrigatório instituído no Brasil em 1974, para a cobertura de danos pessoais causados por veículos automotores, os proprietários de veículos terão mais essa despesa a partir de 2024.

A Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (FENACOR) divulgou, em seu portal, que o seguro DPVAT poderá voltar a ser cobrado dos proprietários de veículos automotores a partir de 2024. De acordo com matéria veiculada pelo Valor nessa quinta-feira, 16, o governo vai reconstruir a arquitetura do DPVAT, o seguro veicular obrigatório, ainda neste ano, afirmou o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, em evento de lançamento do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, organizado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). Segundo o representante do governo, “precisamos neste ano reconstruir o modelo do DPVAT e ter uma nova arquitetura para esse seguro”.

O DPVAT é um seguro obrigatório pago anualmente

O DPVAT é administrado pela Caixa Econômica Federal desde 2020. Na época, com a saída da seguradora Líder, um consórcio responsável pelo seguro veicular obrigatório naquele período, foi constituído um fundo de R$4,2 bilhões, que recebeu os recursos de prêmios pagos e acumulados até aquele ano, e o seguro deixou de ser cobrado dos donos de veículos. Esse dinheiro tem sido usado para o pagamento de indenizações aos beneficiários desde então.

Em 2023, a isenção de pagamento ainda permanece. O governo publicou uma medida provisória para restabelecer o DPVAT a partir deste ano, com a volta da cobrança a partir de 2024. Segundo o Valor, o secretário afirmou que o Ministério da Fazenda tem feito consultas ao setor de seguros, para entender iniciativas e temas e a serem priorizados nos próximos anos. “O Ministério sabe da importância do setor que possibilita absorção eficiente de risco e que canaliza boa parte da poupança popular para investimentos produtivos”, pontuou.

Marcos Barbosa fez uma comparação com o mercado de valores mobiliários para indicar caminhos que a regulação pode seguir, em termos de impulso ao setor de seguros. “No mercado de valores mobiliários, demos um salto grande nos últimos 20 anos e uma das principais mudanças teve a ver com regulação, ou seja, diminuir custo regulatório, reduzir barreiras de entrada de novos competidores e facilitar o acesso dos consumidores aos produtos.”

O secretário mencionou, ainda, o aumento de eficiência como exemplo de discussão que pode ser levada ao mercado. “São temas para discussão, não são temas formalizados, mas a gente percebe no âmbito do sistema financeiro que as cooperativas de crédito tiveram papel muito relevante nos últimos anos e existe possibilidade de usar as cooperativas no mercado de seguros”, disse.

Outro foco da secretaria é no papel do seguro para viabilizar investimentos em infraestrutura. “A gente se preocupa muito com o financiamento de infraestrutura no longo prazo e o seguro tem um papel fundamental. Precisamos alavancar mais os seguros na área de infraestrutura para prover segurança ao setor público.”

Por fim, de acordo com o especialista, estão em andamento discussões sobre as regras de investimento do setor que “ainda são um tanto amarradas”. Ele acrescentou: “acreditamos que existe a chance de melhorar essas regras e facilitar que esses investimentos atinjam o setor produtivo de maneira mais aberta sem comprometer segurança”.

FOTOS: Flávio Clark

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