União compensará estados em R$26,9 bi por ICMS de combustíveis

Acordo foi fechado por consenso entre governo e unidades da Federação.

Após pouco mais de dois meses de negociações, o governo federal e os governos estaduais fecharam, por unanimidade, um acordo para a compensação das perdas de arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com a desoneração de combustíveis. O governo federal compensará os estados e o Distrito Federal em R$26,9 bilhões até 2026.

 

O acordo foi anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e pelo governador do Piauí, Rafael Fonteles, que representa os 27 governadores nas negociações. Segundo Ceron, dos R$26,9 bilhões, cerca de R$4 bilhões serão pagos pela União neste ano e o restante será pago em parcelas até 2025 ou 2026, dependendo do caso.

 

“Foi muito injusto o que aconteceu no ano passado. Isso faz parte dos R$300 bilhões de problemas que o governo anterior nos legou. Isso [o acordo de hoje] representa apenas 10% dos problemas que estamos administrando”, disse Haddad, referindo-se ao passivo fiscal com as desonerações que antecederam as eleições do ano passado.

 

Segundo Haddad e Fonteles, o acordo será levado ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, respectivamente. O ministro e o governador piauiense também levarão os termos do documento aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, André Mendonça e Luiz Fux, relatores das ações que envolvem as duas leis que desoneraram o ICMS dos combustíveis no ano passado.

 

Etapas

Da devolução total de R$26,9 bilhões, cerca de R$9 bilhões já foram compensados aos estados, por meio de liminares concedidas pelo STF, que suspenderam o pagamento de parcelas de dívidas de estados à União. Nesses casos, haverá um acerto de contas para verificar o saldo que cada unidade da Federação ainda tem a receber.

Segundo Haddad, pelo menos dois estados, São Paulo e Piauí, deixaram de pagar parcelas das dívidas em montante maior do que têm direito a receber. Nesses casos, será dado um tratamento específico para a devolução dos recursos compensados a mais.

Nos demais estados, que têm recursos a receber, o saldo remanescente será abatido das parcelas da dívida com a União ou pago com aportes da União (a estados com pequenas dívidas ou sem débitos com o governo federal) até 2026

Com base no saldo restante, o dinheiro será parcelado da seguinte forma: os estados com até R$150 milhões em compensações receberão 50% em 2023 e 50% em 2024, com recursos do Tesouro Nacional; os estados com compensações entre R$150 milhões e R$500 milhões receberão um terço do valor em 2023 e dois terços em 2024; os estados com mais de R$500 milhões receberão 25% em 2023, 50% em 2024 e 25% em 2025.

Os estados em Regime de Recuperação Fiscal – Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul – receberão da mesma forma que os demais, com a diferença de que poderão abater R$900 milhões na parcela das dívidas com a União em 2026. Por estarem em recuperação fiscal, esses estados estão quitando os débitos com o governo federal em condições especiais, enquanto executam programas locais de ajuste fiscal. (Fonte: Agência Brasil)

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