Os investigadores defendem, num estudo publicado esta quarta-feira na revista “Science Advances”, que a descoberta pode ser até três vezes mais eficaz do que a tecnologia que é usada atualmente para a captura de carbono.
Enfrentar a crise climática significa reduzir radicalmente a queima de combustíveis fósseis. Tanto florestas como oceanos são os principais depósitos naturais que absorvem e capturam o dióxido de carbono (CO2), reduzindo a sua existência no ar. Este novo método, foca-se, essencialmente, na captura direta do ar, ou seja, consegue absorver a poluição causada pelo carbono diretamente da atmosfera, sendo logo armazenada, e muitas vezes injetada no solo.
O problema desta técnica, é que com a captura direta de ar, as concentrações são muito pequenas, representando cerca de 0,04% do ar e isso pode ser um “obstáculo significativo”, afirma Arup SenGupta, professor na Universidade de Lehigh e autor do estudo, em declarações à CNN Internacional.
O projeto da remoção direta de ar da Climeworks na Islândia, uma empresa especializada em tecnologia de captura de dióxido de carbono no ar, é atualmente a maior instalação existente e pode capturar até quatro mil toneladas de dióxido de carbono por ano. Quantidade equivalente à poluição de carbono produzida por menos de 800 automóveis ao longo de um ano. No entanto, a nova técnica apresentada pode ajudar a resolver esses problemas, segundo Arup Sengupta.
A captura direta de ar continua a ser um processo caro e ineficiente. Peter Strying, professor de engenharia química da Universidade de Sheffield, em Inglaterra, referiu à CNN que “este é um problema de grande escala”.
Dada a dimensão da crise climática, há um grande esforço por parte dos governos e organismos internacionais para ampliar esta tecnologia, que está pronta para ser colocada em prática. “Esta é a hora de seguir em frente e fazer algo em dois ou três lugares diferentes ao redor do mundo. Deixem que outras pessoas se envolvam, encontrem falhas, melhorem e prossigam em conformidade”, defendeu SenGupta.
Fonte: jn.pt