Protestos na Geórgia terminam em confrontos com a polícia – mais de 60 detidos

Duas pessoas morreram e 37 ficaram feridas durante confrontos em Tbilissi entre a polícia e manifestantes da oposição durante a madrugada de hoje

Sobem de tom os protestos na Geórgia. Mais de 60 pessoas foram detidas na última noite. As autoridades utilizaram gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar a manifestação no exterior do Parlamento, em Tblissi.

“Sessenta e seis pessoas foram detidas por ofensa às autoridades e vandalismo”, revelou esta quarta-feira o Ministério do Interior em comunicado acrescentando que cerca de 50 polícias sofreram ferimentos durante confrontos com manifestantes.

Os georgianos contestam uma lei que limita a liberdade de meios de comunicação social e organizações não governamentais.

A lei recebeu a aprovação inicial, apesar das críticas nacionais e internacionais. 76 deputados georgianos apoiaram o projeto e 13 votaram contra e várias centenas de manifestantes tentaram entrar no edifício do Parlamento, no centro de Tbilisi.

As autoridades dizem que os participantes no protesto, que durou até de manhã, atiraram pedras nos agentes da polícia, tentaram causar danos físicos e queimaram carros, entre outros atos violentos.

Lei dos agentes estrangeiros contestada até pela presidente da Geórgia

O texto da lei parece decalcado de um outro aprovado pelo Parlamento de Moscow e que levou à ilegalização de várias entidades e ditou o fim do jornalismo independente na Rússia.

Entre outras coisas, exige-se que os meios de comunicação e as organizações não governamentais que recebem mais de 20% de financiamento de fontes estrangeiras se registem como “agentes de influência estrangeira” – ou seja, lobistas.

As organizações internacionais manifestaram preocupação com o projeto de lei, afirmando que este é contrário ao desenvolvimento democrático da Geórgia.

A presidente do país, Salome Zurabishvili, anunciou que vetaria o projeto de lei, mas o Parlamento pode anular os vetos presidenciais.

Zurabishvili está numa visita oficial aos Estados Unidos. Num vídeo que filmou em Nova Iorque, aproveitou ter a estátua da Liberdade como enquadramento para defender os manifestantes.

“Estou em Nova Iorque, e atrás de mim está a Estátua da Liberdade. Este é um símbolo pelo qual a Geórgia sempre lutou, pelo qual chegámos aos nossos dias. Estou convosco, porque hoje representais a Geórgia livre. A Geórgia, que vê o seu futuro na Europa e não dará a ninguém o direito de tomar este futuro. Esta lei deve ser abolida sob qualquer forma,” afirmou.

A União Europeia já avisou a Geórgia que ao adotar esta lei vai prejudicar as chances de alguma vez aderir ao bloco.

Fonte: Euronews.pt
Foto: Reuters

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