Pelo menos 60 migrantes morreram num naufrágio, ao largo da costa da Calábria, no sul da Itália, neste domingo.
Entre as vítimas mortais está um recém-nascido.
Os sobreviventes falam em cerca de 150 pessoas a bordo da embarcação naufragada. A Guarda Costeira italiana diz que se encontraram pelo menos 80 pessoas com vida.
Duas dezenas foram encaminhadas a hospital para receber apoio médico.
Segundo a Rai News, o barco partiu-se em dois. De acordo com algumas fontes, teria acontecido depois de a embarcação ter se embatido em rochas, devido ao mau tempo.
O autarca de Cutro, Antonio Ceraso, não escondeu a desolação com o naufrágio: “foi uma tragédia ver, esta manhã, as cenas de corpos de crianças devolvidos pelo mar. Cadáveres. Foram cenas angustiantes.”
Rosario Morrone, pároco de Botricello, acrescentou: “encontraram dois corpos também na praia onde fica a minha paróquia. Dei-lhes a bênção, mas enquanto o fazia, pensei para mim mesmo: por que é que temos de chegar sempre após a morte? Deveríamos chegar antes da morte”.
O barco teria partido da Turquia, há quatro dias, com cidadãos iranianos, paquistaneses, somalis e afegãos a bordo.
De acordo com a imprensa italiana, foi detido um cidadão turco, suspeito de tráfico humano.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, lamentou a tragédia, mas reiterou o compromisso de prevenir estas travessias e com elas as tragédias às portas do país.
O Parlamento italiano acaba de aprovar uma polêmica lei que torna mais rígidas as regras para este tipo de resgates. Força os barcos de salvamento a fazer uma só operação de resgate por missão, o que poderá agravar, e muito, o número de mortes no Mar Mediterrâneo.
Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, insistiu que é preciso “redobrar os esforços relativamente ao Pacto em matéria de Migração e Asilo” e em relação ao “Plano de Ação para o Mediterrâneo Central.”
Já o secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, disse, através da rede social Twitter, que “cada pessoa que procura uma vida melhor tem o direito à segurança e à dignidade.”
Guterres também exigiu corredores “seguros e legais para os migrantes e refugiados”.