Com atenção voltada para a FPE, Eli Borges só falará de eleições 2024 no segundo semestre, mas não descarta candidatura a prefeito de Palmas

O parlamentar, que em 2020 foi candidato a prefeito de Palmas, deixou claro que hoje se sente mais preparado para a disputa de 2024, mas que só decidirá se será candidato ou não no segundo semestre, após ouvir seu grupo político.

O Deputado Federal Eli Borges (PL/TO) visitou a redação do portal Rede Jovem News em Palmas, nessa sexta-feira, 24, e concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Flávio Clark, na qual falou de vários temas. Dentre eles, Frente Parlamentar Evangélica, tocantinenses presos em Brasília, sucessão municipal de 2024 e outros assuntos.

REDE JOVEM NEWS – Deputado, o senhor acaba de entrar para o seu nono mandato consecutivo. Qual é o segredo dessa jornada parlamentar tão próspera e longeva? O que o faz diferente dos que permanecem apenas um ou dois mandatos e depois não se elegem mais?

ELI BORGES – O que me faz ter vida parlamentar longeva, com nove mandatos, eu atribuo a um projeto de Deus na vida. Quando jovem, ainda trabalhando no Banco do Brasil, Deus me falou, de forma muito clara, que eu seria político, quando imaginava que seria pregador e estava me preparando para entrar num seminário em Pindamonhangaba, em São Paulo (IBAD – Instituto Bíblico das Assembleias de Deus). Deus me chamou para essa missão, e quando Deus chama, e eu permaneço fiel na missão, Ele cuida dos resultados, como vem cuidando.

REDE JOVEM NEWS – As eleições de 2022 foram extremamente disputadas, em todos os níveis. A sua, por exemplo, foi uma das que estiveram, algumas vezes, na berlinda. Em algum momento, o senhor sentiu medo de perder a eleição no ano passado?

ELI BORGES – Medo, naturalmente, eu nunca senti. Se Deus me convocou para esta missão, Ele também cuida do resultado da missão. Agora, pela dificuldade financeira, que sempre tive em todos os pleitos eleitorais e pela mudança da legislação, que agora determina que as escolhas sejam feitas dentro do próprio partido, naturalmente nasceu aí uma luta maior para conquistar votos, já que boa parte dos eleitores do Tocantins tem o hábito de procurar políticos endinheirados. E eu acabei tendo dificuldade, como tive nos pleitos anteriores, de atender esse tipo de eleitor, [porque] não é minha praia. Mas os eleitores conscientes sempre me elegeram. Em algum momento, eu percebi que estava faltando um pouco de fôlego financeiro, mas o Deus fiel cuidou do resultado, e hoje estou no nono mandato.

REDE JOVEM NEWS – Depois de uma disputa acirrada para ser reconduzido ao mandato de deputado federal, o senhor enfrentou outro forte embate, em Brasília, para conquistar a presidência da Frente Parlamentar Evangélica, e acabou vencendo este primeiro round. O Eli Borges é bom de briga ou senhor também é adepto daquele pensamento: “NUNCA FOI SORTE, SEMPRE FOI DEUS!”?

ELI BORGES – A resposta mais forte está no fim da sua pergunta: “SEMPRE FOI DEUS”, que, quando tem um projeto com uma pessoa, Ele cuida do resultado.

REDE JOVEM NEWS – Por que é tão importante presidir a Frente Parlamentar Evangélica?

ELI BORGES – Vivemos um tempo em que as ideologias vão dominando as famílias do Brasil e do mundo todo; um tempo em que o direito à vida vem sendo substituído pelo direito à morte, como o aborto; um tempo em que querem abrir o jogo de azar e liberar o plantio da cannabis sativa. É nesse contexto que a Frente Parlamentar Evangélica se torna uma das instituições mais importantes de Brasília, para fazer enfrentamento e contraponto em relação a essas buscas ideológicas, visando preservar os valores cristãos, os valores que a imensa maioria da sociedade defende, que [são os mesmos] que a Frente Parlamentar Evangélica defende: a família, a vida, a liberdade etc.

REDE JOVEM NEWS – A FPE já teve quase 200 parlamentares ligados a ela. Hoje, está com cerca de 140 membros. Diminuiu o número de evangélicos no Congresso Nacional, ou eles ainda não se filiaram à FPE?

ELI BORGES – Na verdade, a Frente Parlamentar Evangélica, no que diz respeito a deputados evangélicos, cresceu em torno de 12%; acontece que, para formar a Frente, os signatários, dentro da visão do Regimento Interno [da Câmara dos Deputados], precisam chegar a 171 parlamentares na Câmara e mais uma quantidade de, aproximadamente, 20 senadores. Os signatários da Frente, hoje, ultrapassam o número de 200, algo em torno de 220 [parlamentares]. E [em relação] aos efetivamente cristãos, que já identificamos, podemos assegurar que houve sim um crescimento de aproximadamente 12%. Acredito que tenhamos hoje entre 140 e 150 parlamentares, na Câmara e no Senado.

REDE JOVEM NEWS – Ainda existem muitos presos em Brasília, por decisão do STF, devido aos atos de 8 de janeiro. O que a Frente Parlamentar Evangélica e o senhor, como deputado, estão fazendo em relação a essas prisões (até porque ainda deve haver muitos tocantinenses detidos em Brasília)?

ELI BORGES – Eu estou buscando a direção dos presídios. Na próxima semana, estaremos fazendo uma ação, ou seja, nesta última semana de fevereiro e no início de março, para podermos levantar o quadro real, tanto do Tocantins como do Brasil, e, a partir daí, tomar decisões e providências jurídicas. E em outro ângulo, levarmos também a visão cristã, o culto, para essas pessoas que estão presas, que, de fato, exerceram o seu direito de cidadania, de liberdade. Deixo aqui minha palavra de que nós nunca estaremos nos posicionando para defender baderneiros e vândalos infiltrados, mas estaremos lutando na defesa da sociedade ordeira, que defendeu o seu papel democrático; e para esses e por esses nós estaremos agindo. Tenho uma informação preocupante de que o nosso pleito de fazer esse trabalho nos presídios possa estar parcialmente prejudicado por uma decisão unilateral – que ainda vou confirmar – de um ministro do STF, que diz que nenhum parlamentar poderá mais ir aos presídios (Papuda e Colmeia, em Brasília, DF, onde estão presas as pessoas acusadas de atos antidemocráticos, ocorridos em 8 de janeiro). Mas acredito que isso será revogado, haja vista que é pouco provável que alguém vá querer sustentar uma tese dessa natureza, que impede os membros do Parlamento Nacional de se movimentarem. Nós não estamos vivendo uma ditadura, pelo contrário, somos uma democracia; a principal voz do povo numa democracia é o Poder Legislativo; portanto, se essa informação for confirmada, isso deixará de ser um procedimento judicial. Mas, a priori, estaremos na próxima semana cuidando desse assunto de forma direta e com muita atenção em todos os ângulos, apoio sacerdotal e apoio jurídico, para socorrermos os nossos irmãos e amigos brasileiros que passam por esse momento difícil.

REDE JOVEM NEWS – Nos bastidores em Palmas, as eleições de 2024 já estão sendo muito comentadas, com vários nomes na extensa lista de possíveis candidatos. O Deputado Eli Borges está dentro ou fora desta lista? Qual será o papel de Eli Borges no pleito eleitoral de 2024, tanto em Palmas como no Tocantins?

ELI BORGES – Já no segundo semestre de 2023, estarei tomando uma decisão nesse sentido, uma vez que no pleito passado [2020] fui candidato [a prefeito de Palmas], mas quando revelei minha candidatura já estava (como dizem na linguagem do futebol) no segundo tempo da prorrogação; e fiz o lançamento da minha candidatura internado num quarto de hospital, pois estava me tratando de Covid-19. Naquele momento, muita gente amiga e muitos líderes me disseram: “O senhor veio tarde”. Então, com um bom tempo de antecedência, no segundo semestre [deste ano], estarei me posicionando a respeito da minha participação nas eleições municipais de 2024. Neste momento, minha preocupação e atenção estão com a Frente Parlamentar Evangélica, em Brasília.

REDE JOVEM NEWS – Sua igreja, a Assembleia de Deus Nação Madureira, poderá ter um candidato a prefeito de Palmas, Filipe Martins, seu irmão de fé, colega de bancada e correligionário do seu partido, o PL. Todo mundo sabe que há uma histórica divergência entre o senhor e o grupo político do Filipe e que, inclusive, ele não o apoiou na eleição para a presidência da Frente Parlamentar Evangélica. Em nome da fé e do sentimento cristão, o senhor abriria mão desse histórico de rivalidade e o apoiaria para prefeito de Palmas em 2024?

ELI BORGES – Com meus 62 anos, já tenho maturidade suficiente para conhecer, entender e compreender o quadrilátero onde Deus me colocou, e, nessa altura da vida, eu aprendi a respeitar as pessoas, a concordar com elas ou discordar delas. A escola política do possível candidato Filipe [Martins] é uma e a minha é outra; ele tem um estilo e eu tenho outro. Eu respeito o jeito dele, mas prefiro seguir do jeito que sempre caminhei, tendo um voto tranquilo, livre e democrático; isso é uma questão minha. O outro tem o estilo dele; se está correto ou está errado, eu não entro nessa seara. Há coisas que eu entrego só pra Deus e, no tempo Dele, Ele vai cuidar. Se ele se lançar como pretenso candidato a prefeito de Palmas, será mais um nome do PL, porque a Janad Valcari também tem essa pretensão e vem de uma votação expressiva em Palmas. Você me perguntou, anteriormente, sobre uma possível candidatura minha, e eu lhe respondi que, no segundo semestre, eu terei essa resposta, pois vamos discutir isso. É preciso deixar claro que eu tenho um grupo político, formado por vários líderes, pastores, empresários, amigos, associações e gente do povo que está buscando o meu nome como candidato a prefeito de Palmas. Voltando a 2020, o meu desempenho naquela campanha foi fruto de uma candidatura feita com muito atraso; como eu disse, no segundo tempo da prorrogação; lancei ela doente de Covid, dentro de um quarto de hospital. A realidade hoje é outra. Lançando uma candidatura com antecedência, eu sei que sou um candidato extremamente competitivo, mas compreendo que nós estaremos conversando. Eu não tenho dificuldade de conversar com ninguém, respeito as pessoas. Tenho discordância de certos pontos, mas sou muito tranquilo. Agora, a pergunta é acerca do que vem de lá pra cá; o que poderá vir de lá pra cá. Na busca da prefeitura no pleito passado, eu imaginei que haveria uma convergência em torno do meu nome, por várias questões, mas respeitei não ter havido essa convergência, mas esse é um assunto que pretendo ir a fundo no segundo semestre, deixando claro que sou do PL, e o partido tem um comando, e nós estaremos fluindo nessa e noutras questões. E outra coisa: eu tenho dificuldade de decidir sozinho. E tenho um grupo político e tenho um partido, e, antes de tudo isso, eu ainda tenho um joelho que se dobra e um Deus que me fala as coisas.

FOTO: Flávio Clark

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