No futuro, boa parte das tarefas domésticas, atualmente desempenhadas por humanos, podem passar a ser feitas por robôs.
A conclusão vem de um estudo que recorreu a 65 especialistas do setor da robótica e inteligência artificial, para perceber como pode a vida mudar com o advento desta nova era tecnológica.
Mas os especialistas avisam que, com os avanços tecnológicos, pode também ocorrer um “ataque generalizado à privacidade”.
O estudo, que contou com a participação de especialistas do Reino Unido e Japão, calcula que, dentro de uma década, 39% das tarefas domésticas atualmente desempenhadas por humanos podem passar a ser feitas por máquinas.
A investigação foi publicada na revista científica Plos One, com o título “The future(s) of unpaid work: How susceptible do experts from different backgrounds think the domestic sphere is to automation?” (O(s) futuro(s) do trabalho não pago: quão permeável é a esfera doméstica à automação, de acordo com especialistas de várias áreas – em tradução livre).
Segundo os especialistas, fazer compras é uma das atividades com mais potencial para ser alterada. O estudo revela que, na primeira metade da próxima década, as pessoas podem vir a passar menos 60% do tempo nas compras de supermercado do que atualmente.
Uma das áreas em que se prevê que haja menos evolução, no entanto, é no cuidado de crianças ou idosos. Estas atividades continuarão a ter de ser feitas principalmente por humanos. De acordo com os investigadores, apenas 28% do trabalho que é feito atualmente por cuidadores poderão vir a ser feito por robôs.
Ekaterina Hertog, professora na Universidade de Oxford, disse ao jornal britânico The Guardian que estas previsões podem não se verificar de todo e que a realidade pode ser muito diferente, dando o exemplo dos carros autônomos que se previa já estarem “normalizados” há muitos anos e que ainda estão longe de substituir os carros manuais. “Os carros ainda não são autônomos o suficiente para conseguirem circular no ambiente imprevisível das nossas ruas” e nas casas das pessoas a situação pode ser parecida daqui a dez anos, sublinha a investigadora.
Fonte e Foto: Sabado.pt