Duas escolas fizeram homenagens à Bahia. A Tijuca apresentou a história da Baía de Todos os Santos. A Mangueira, por sua vez, entrou com o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”.
A escola Acadêmicos do Grande Rio entrou na Avenida com um tributo a Zeca Pagodinho e a Império Serrano, que abriu o dia na Sapucaí, teve Arlindo Cruz como tema de seu enredo. Ambos os artistas participaram dos respectivos desfiles.
Já a Mocidade dedicou sua apresentação ao Mestre Vitalino (1909-1963) e aos artistas que mantêm seu legado vivo, enquanto a Salgueiro mostrou um novo olhar para o Jardim do Éden, questionando preconceitos e pecados.
Veja fotos de rainhas de bateria
Fotos Marcos Serra/G1
Desfile desta segunda-feira, 20
A quarta noite de desfiles na Marquês de Sapucaí, nesta segunda-feira, 20, trará histórias reais e imaginadas nos enredos das escolas de samba do Grupo Especial, com fábulas delirantes, historiografia e casos difíceis de acreditar.
Os desfiles desta segunda-feira começam com a curiosa chegada dos búfalos à Ilha de Marajó, contada pela Paraíso do Tuiuti, que entra na avenida às 22h00. A jornada desses animais, contada pela escola, teve início na Índia e está relacionada ao comércio de especiarias para o Ocidente. Um navio com búfalos e temperos viajava do país asiático para a Guiana Francesa, mas afundou bem diante da costa brasileira, onde os bovinos conseguiram chegar como náufragos e se tornaram símbolo cultural. Um dos carnavalescos da Tuiuti, João Vitor Araújo, jura que foi assim.
“A tripulação humana morreu, mas os bichos conseguiram nadar até a Ilha de Marajó. Se você me perguntar como, não sei”, confessa. “Só sabemos que chegaram à costa, se adaptaram ao clima e vivem felizes até hoje. E hoje a Ilha de Marajó tem uma das maiores manadas do mundo”.
A partir dessa saga inacreditável, a escola descreve as belezas naturais e, também, a arte e o folclore da ilha, famosos internacionalmente. O enredo homenageia, ainda, o compositor Mestre Damasceno e o carimbó.
Centenária
O desfile de 2023 vai marcar o centenário da Portela, a maior campeã da história do carnaval do Rio de Janeiro. A escola azul e branco de Madureira vai aproveitar a efeméride para visitar sua própria história, trazendo de volta cinco figuras marcantes, que no carnaval recebem o título de baluartes: o sambista histórico Paulo da Portela; a porta-bandeira Tia Dodô; o bicheiro e patrono Natal da Portela; e os cantores e compositores David Corrêa e Monarco.
Paulo da Portela será interpretado na avenida pelo ator Ícaro Silva, que considerou o convite uma grande honra pela importância histórica do sambista. “Ajudou a tirar o samba da marginalidade, inventou o samba-enredo e trouxe para a nossa cultura popular o desfile de carnaval como a gente conhece hoje. Então é uma grande honraria não só pra mim como amante da escola, mas como artista e preto, e brasileiro, representar esse homem que tanto fez pela nossa população e pela tradição da cultura afro-brasileira”, disse o ator.
Também azul e branca, a Vila Isabel vai falar das festas religiosas de diversas crenças, destacando não apenas a espiritualidade, mas a diversão que elas promovem. Estão no enredo festas pagãs da antiguidade, festas dos padroeiros religiosos, festas populares como o São João e celebrações com origem indígena como a de Parintins. O carnaval, é claro, não fica de fora e será o grand finale do desfile.
O carnavalesco Paulo Barros lembra que o carnaval também é uma festa com origem religiosa e adianta que o desfile será uma grande miscelânea de celebrações. “O enredo está baseado na alegria e na diversão. Depois de um longo tempo com a pandemia, que nos deixou muito tristes, a gente estudava um enredo para a Vila e só pensava em alegria e diversão”. (Com informações do Globoplay e da Agência Brasil)