Terremotos na Turquia e na Síria provocaram mais de 11mil mortos, de acordo com um novo balanço oficial. O tempo frio dificulta a procura de sobreviventes.
No sudeste da Turquia, o epicentro dos dois sismos que ocorreram na segunda-feira de manhã, o número de mortos aumentou para cerca 5.900 e quase 16.000 feridos. Na vizinha Síria, pelo menos 2.400 pessoas foram mortas e mais de 3.500 feridas.
O número de mortos após os terremotos de segunda-feira continua aumentando à medida que mais vítimas são encontradas sob os escombros.
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Pela segunda noite consecutiva, prosseguiram os esforços de salvamento no sul da Turquia e no norte da Síria, mas estes estão sendo dificultados por temperaturas gélidas e estradas danificadas.
A comunidade internacional mobilizou várias equipes de emergência, mas a entrada de maquinaria está se revelando difícil, com estradas bloqueadas por escombros e veículos abandonados.
Uma força operacional conjunta portuguesa parte, nesta quarta-feira, para a Turquia, visando apoiar as operações de busca e salvamento. É composta por 53 operacionais da Proteção Civil, da GNR, do Regimento Sapadores Bombeiros e do Instituto Nacional de Emergência Médica.
Pelo menos três meses de Estado de Emergência
O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan declarou estado de emergência de três meses em 10 províncias afetadas, o que deverá facilitar a gestão das operações de busca e salvamento e realojamento da população.
Erdogan salienta a necessidade de “tomar medidas extraordinárias” durante o estado de emergência.
“Gostaria de lembrar (ao público em geral) que ninguém deve utilizar as estradas que conduzem à zona sísmica e dentro desta, a menos que seja obrigatório, e que não devem ser feitas chamadas telefônicas, exceto para necessidades urgentes”, declarou o Presidente da Turquia.
Síria ainda mais isolada depois do tremor
Embora a assistência esteja lentamente chegando à Turquia, a logística e a política de ajuda à Síria, especialmente nas áreas vulneráveis do noroeste, são muito mais complicadas. Quase 12 anos de guerra civil e de sanções internacionais contra o regime de Bashar al-Assad estão criando obstáculos.
O grupo de Defesa Civil conhecido como Capacetes Brancos, que está mais habituado a trabalhar em edifícios bombardeados, está espalhado por toda a área atingida pelos sismos.
As suas poucas escavadoras disponíveis são deslocadas de uma cidade para outra para responder aos inúmeros pedidos de ajuda. Os sírios dizem que se sentem abandonados.
23 milhões de pessoas estão “potencialmente em risco, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis”, advertiu a Organização Mundial de Saúde.
Desesperados à espera de ajuda após o terremoto, muitos sobreviventes, na Turquia e na Síria, decidiram retomar a vida, com suas próprias mãos, e procurar alimentos e bens de primeira necessidade.
Na cidade turca de Kahramanmaras, as pessoas foram vistas invadindo um supermercado local para se abastecerem.
Noutro local, os proprietários de lojas estão tentando proteger os seus negócios dos saqueadores.
Para alguns, a loja tornou-se casa temporária.
Emin Kacmaz, proprietário de uma loja de móveis, diz: “A loja está numa total confusão. Todos os nossos materiais estão arruinados. Como se pode ver, todas as janelas estão estilhaçadas. É por isso que eu espero aqui em frente à minha loja. A nossa casa não foi destruída, mas ninguém pode voltar para casa, porque está muito perigosa. Ainda há réplicas que continuam a acontecer”.
Em toda a Turquia, milhares de pessoas sem abrigo já suportaram várias noites sob temperaturas gélidas de inverno.
A extensão da devastação é tal que as autoridades não conseguem ajudar todos os que necessitam.
A mobilização da ajuda está crescendo. Muitos países já ofereceram ajuda, mas levará tempo para chegar a todos os sobreviventes.
A ONU deixa o apelo à comunidade internacional.
Fonte:Euronews.pt
Em atualização…