O balanço de mortos já está em mais de 2.600 nos sismos na Turquia e Síria, e mais de 11 mil feridos , seguem as operações de resgate a contrarrelógio.
Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, esta é a mais grave catástrofe natural a atingir o país desde o terremoto de 1939 em Erzincan, que fez mais de 32 mil vítimas mortais.
O epicentro do primeiro sismo, com uma magnitude de 7,8, localizou-se na Turquia, abalando a região em torno de Gaziantep em plena madrugada, quando a população se encontrava recolhida. O segundo, com uma intensidade de 7,5, também sacudiu o sudeste do país. De acordo com os dados disponíveis, o segundo tremor de terra acima dos sete graus foi localizado em Ekinözü, cerca de 180 quilómetros a norte de Gaziantep e a 230 da fronteira com a Síria.
Na Síria, o tremor de terra atingiu a zona de Darkush, onde as equipas de salvamento estão a ter grandes dificuldades em ter acesso às áreas sinistradas.
Trata-se de um território controlado por rebeldes jihadistas, já devastado por anos de destruição e bombardeamentos. Cidades históricas como Palmira e Alepo sofreram graves danos materiais, incluindo o desmoronamento de uma muralha medieval.
Pelo menos, três mil edifícios ficaram em escombros.
Vários países já avançaram com apoio logístico, incluindo Portugal.
O balanço de vítimas deve agravar-se ao longo do dia e talvez da semana.
Os esforços de resgate estão a ser afetados pelas condições meteorológicas, depois de a região ter sido atingida por uma grande queda de neve. As réplicas podem durar dias ou semanas, segundo os especialistas, e só na Turquia já foram sentidas mais de 120.
Este sismo foi sentido em locais tão distantes como a Gronelândia. O sismo teve epicentro em Kahramanmaras, na província de Gaziantep. Situa-se a 33 quilómetros de Gaziantep, cidade onde vivem mais de dois milhões de pessoas que incluem centenas de milhar de sírios que fugiram devido à guerra que começou em 2011. Encontra-se ainda a 50 quilómetros do noroeste da Síria, onde vivem várias pessoas internamente deslocadas pelo conflito. A cidade de Aleppo, também com dois milhões de habitantes, sentiu o sismo com grande intensidade.
Ajuda internacional
Além da NATO e da União Europeia, o primeiro-ministro dos Países Baixos anunciou o envio de uma equipa de busca e resgate para a região afetada pelos sismos, no sul da Turquia e no norte da Síria. Numa publicação nas redes sociais, Mark Rutte manifestou pesar pelas vítimas deste “severo desastre natural”.
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, também já ofereceu ajuda e até Israel, com quem a Turquia está em processo de reatamento de relações diplomáticas.
Apesar das sanções e bloqueios internacionais devido à invasão da Ucrânia, a Rússia anunciou estar a preparar o envio para a Turquia de equipas de resgate para ajudar nas buscas por sobreviventes da sequência de fortes sismos desta segunda-feira.
O Presidente Vladimir Putin já enviou as condolências aos dois homólogos, o turco Recep Tayyp Erdogan e o aliado sírio Bashar al-Assad, pela trágica ocorrência desta manhã.
“De momento temos uma crise, a que acresce as más condições meteorológicas e edifícios colapsados e, infelizmente, hospitais danificados”, afirmou à Al-Jazeera Mazen Kiwara, diretor da Sociedade Médica Sírio-Americana. “Temos informações iniciais dos nossos hospitais… Os hospitais estão sobrecarregados com o número de vítimas” e muitos tiveram que ser evacuados.
Entre os desaparecidos, encontra-se um futebolista que jogou no FC Porto: Christian Atsu.
A Turquia situa-se na placa tectónica da Anatólia, onde se encontram duas falhas sísmicas: as Falhas Setentrional e Oriental da Anatólia, o que torna o país uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.
[Em atualização]