“Espero que as conversações de paz cheguem até o final de 2023″, disse Tajani à emissora estatal RAI, citado pela agência italiana ANSA.
Tajani admitiu que os riscos “de uma escalada e de agravamento da situação militar” na guerra que a Rússia tem em curso contra a Ucrânia “não devem ser subestimados”.
“Mas devemos fazer tudo para que a porta do diálogo não seja fechada e devemos apoiar todos aqueles que desempenham um papel para que [Vladimir] Putin e [Volodymyr] Zelensky se sentem à mesa”, como a Turquia e o Vaticano, disse, referindo-se aos líderes da Rússia e da Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália considerou que a criação de uma zona livre, em torno da central nuclear de Zaporijia, “pode ser um primeiro passo” para conversações entre as duas partes.
Tajani disse, ainda, que a Itália não enviará tanques para a Ucrânia, depois de os Estados Unidos terem anunciado o fornecimento de tanques Abrams e a Alemanha os seus Leopard.
Zaporijia, onde se situa a maior central nuclear da Europa, é uma das quatro regiões que a Rússia anexou em 30 de setembro do ano passado, juntamente com Donetsk, Lugansk e Kherson, depois de ter incorporado a Crimeia em 2014.
A saída das tropas russas da Ucrânia, incluindo das cinco regiões anexadas, é uma das pré-condições anunciadas por Kiev para participar em eventuais conversações de paz.
Moscovo rejeitou esta exigência, contrapondo que Kiev tem de aceitar a nova realidade.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem as anexações russas de território da Ucrânia.
Putin ordenou a guerra contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
A ofensiva russa mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança no continente desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem recebido armamento dos seus aliados ocidentais para combater as tropas russas, com Moscovo a advertir que vê tal apoio como uma escalada no conflito.
Na sequência da guerra, a União Europeia (UE) atribuiu à Ucrânia, em junho, o estatuto de país candidato à adesão, uma medida também criticada por Moscovo, que se opõe à integração europeia das antigas repúblicas soviéticas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou hoje a Kiev à frente de uma delegação de 15 comissários europeus para conversações com as autoridades ucranianas.
Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vão representar os líderes dos 27 na 24.ª cimeira UE-Ucrânia, que se realiza na sexta-feira, em Kiev.
A adesão da Ucrânia à UE recebeu hoje um novo apoio do Parlamento Europeu, que exortou à concretização da integração do país no bloco.
A deliberação nesse sentido foi aprovada com 489 votos a favor, 36 contra e 49 abstenções.
Também hoje, o Conselho da UE aprovou o sétimo pacote de assistência militar à Ucrânia, no valor de 500 milhões de euros, e uma verba de 45 milhões de euros para financiar a Missão de Assistência Militar a Kiev.
Este pacote eleva o contributo da UE para 3,6 mil milhões de euros.
Fonte: Noticia ao minuto