A Europa já viveu batalhas e guerras que marcaram para sempre sua história e hoje em pleno século do desenvolvimento tecnológico, padece novamente desse nefasto resultado da briga pelo poder na região. Mas engana-se quem acredita que todo o país é contrário a suposta anexação Russa, muitos em determinadas regiões do país, apoiam a invasão acreditando que sob o comando de Putin, teriam muito mais a lucrar.
Milhares de ucranianos que fugiram para outros países da Europa, sofrem com o afastamento de familiares e eu tive a oportunidade de numa bela tarde em uma quinta produtora de vinhos na região do D’Ouro, de conversar com um deles, Ivan que já está há 3 meses em Portugal fugindo da guerra, relata que se ficasse no seu país, seria obrigado a ir para o exercito lutar uma batalha, que segundo ele, não é sua!
Em um emocionante relato, me contou que sua família vive em uma parte da Ucrânia que não é diretamente afetada pelos bombardeios Russos, mas que mesmo assim, teme pela esposa e filhos que teve que deixar para trás de forma repentina, e mesmo se comunicando sempre com eles e mandando recursos financeiros que lhes garante o sustento em tempos difíceis, a esperança de uma resolução o mais breve possível do conflito, é o que alimenta sua jornada, na contagem regressiva de poder retornar em paz e segurança para sua pátria.
A ajuda que tem sido enviada por aliados do ocidente, tem irritado o presidente Putin que já deixou claro, que não está de brincadeira e que possui força e aparato militar o suficiente para destruir quem se intrometer na sua guerra particular, mas a União Europeia que segue em reuniões em busca de saídas para a crise econômica no continente, não tem dado a devida importância para aqueles que mais sofrem no final das contas, o ser humano!
Não importa quem vencerá a guerra, no fim, a contabilidade de mortos e feridos serão os números e estatísticas que realmente importam, ou deveriam importar, enquanto houver a disputa pelo poder, por uma determinada região, que leve a um conflito armado, ambos os lados irão contribuir com sepulturas e cicatrizes que irão deixar marcas e lembranças de dor e sofrimento em sua gente. Vale a pena acreditar e sonhar, com o desejo de um mundo melhor, e o fim desta guerra, que provavelmente não será a ultima, mas que com certeza, seu termino deverá ser um bálsamo a inúmeras famílias perdidas ou separadas, como a do Ivan.
Por Arnaud Rodrigues, de Portugal.
Foto: UNICEF/UN0598517/Moldovan