Kiev pede caças-bombardeiros ao ocidente

Desde o início do conflito, têm existido discussões sobre a possibilidade de fornecer a Kiev caças MiG-29, de fabricação soviética, com os quais os pilotos ucranianos estão familiarizados
Segundo o chanceler alemão, Olaf Scholz, não houve hesitação na posição da Alemanha sobre as entregas de tanques

Os elementos do exército ucraniano que irão utilizar os famosos tanques alemães já estão sendo treinados no Centro de Treinos de Świętoszów, na Polônia.

Na primeira leva de entregas, Kiev espera receber entre 120 e 140 tanques, a maioria dos quais será Leopard.

Mas, uma vez aberto o caminho dos tanques para a Ucrânia, o país começa a pedir caças-bombardeiros F-16 para refrear as forças aéreas russas nos seus céus.

Tal como aconteceu inicialmente com os tanques, o assunto é tabu entre os aliados ocidentais, ainda que alguns países tenham já mostrado abertura para falar sobre isso.

Reunidos em Riga, os ministros dos Negócios Estrangeiros das repúblicas bálticas e da Polônia apoiaram o pedido ucraniano: “Eles precisam de combatentes, mísseis e tanques. Temos de agir”, disse o chefe da diplomacia da Estônia.

Estes países, que se encontram no flanco oriental da NATO, sentem-se especialmente ameaçados pela Rússia e têm sido os principais defensores da prestação de ajuda militar à Ucrânia.

Em Washington, o presidente dos E.U.A. , Joe Biden, respondeu às questões dos jornalistas sobre o assunto com um sorridente: “Vamos falar”.

Até agora, Londres e Washington têm se recusado a entregar os F-16 à Ucrânia e a Alemanha também não se mostra de acordo.

Por seu turno, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse na segunda-feira que a França não exclui o envio de caças de combate para a Ucrânia, mas estabeleceu múltiplas condições antes de tal medida ser tomada, incluindo: evitar a escalada de tensões; os aviões não serem utilizados “para tocar em solo russo”, e não haver enfraquecimento “das capacidades do exército francês”.

O risco acrescido dos caças-bombardeiros

Vários líderes ocidentais têm manifestado receio de que o fornecimento de aviões possa levar o conflito para um próximo nível que ninguém quer assumir.

Desde o início do conflito, têm existido discussões sobre a possibilidade de fornecer a Kiev caças MiG-29, de fabricação soviética, com os quais os pilotos ucranianos estão familiarizados.

Em março, o Pentágono rejeitou a proposta da Polônia de transferir os seus MiG-29 para a Ucrânia, através de uma base americana na Alemanha, citando o elevado risco de desencadear uma escalada entre a Rússia e a NATO.

A Ucrânia herdou uma frota significativa de aviões de guerra de fabricação soviética, incluindo aviões de caça Su-27 e MiG-29 e aviões de ataque terrestre Su-25.

A mudança para aeronaves ocidentais exigiria que as tripulações ucranianas passassem por um longo treino e levantaria também desafios logísticos ligados à sua manutenção e reparação.

Questionado sobre os fornecimentos de armas ocidentais à Ucrânia, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, repetiu a cartilha do Kremlin, segundo a qual: “há muito que a NATO está diretamente envolvida numa guerra híbrida contra a Rússia”.

Lavrov acrescentou que os militares russos “tomarão todas as medidas necessárias para descarrilar o cumprimento dos planos ocidentais”.

Entretanto, no terreno, Moscovo continua a reclamar avanços na frente de batalha na região de Bakhmut.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, as suas tropas tomaram o assentamento de Blahodatne no oblast de Donetsk. Os sistemas de artilharia franceses e norte-americanos foram alegadamente destruídos na operação.

Ao mesmo tempo, Moscovo lançou imagens de um comboio militar equipado com “a mais recente tecnologia” e concebido para o reconhecimento técnico, desminagem e reparação do caminho-de-ferro.

Fonte: Euronews.com

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